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O relatório da CPMI dos Atos Golpistas, apresentado nesta terça-feira (17), apontou irregularidades nos contratos firmados pela Polícia Rodoviária Federal. Foto: PRF

bloqueio nas estradas

“Estamos envergonhados”, diz policial sobre ação da PRF nos bloqueios

01.11.2022 10:46 0

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Após a pressão do Supremo Tribunal Federal (STF) para que os bloqueios das estradas fossem desfeitos, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) aumentou o cerco aos manifestantes golpistas e começou a atuar para liberar as rodovias do país. No entanto, servidores afirmam que a corporação não parece interessada em resolver a situação.

“Não estou vendo uma mobilização efetiva para solucionar de fato a crise”, afirma um servidor da PRF que prefere não se identificar com medo de sofrer represálias. “Muitos policiais estão envergonhados com a situação”, completa.

Após a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, referendada pela maioria da Corte, o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, despachou um ofício-circular suspendendo as atividades administrativas e folgas dos policiais rodoviários federais.

“Tendo em vista a necessidade de aplicação do máximo efetivo policial para a garantia da livre circulação nas rodovias federais, sob responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal, determino que sejam suspensas ati­vidades especiais (administra­vas) não essenciais bem como as folgas para compensação de horas de todos os policiais rodoviários federais. Todos os policiais disponíveis devem ser empregados para a garantia dos direitos de ir e vir da população brasileira”, destaca o despacho do diretor-geral.

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O servidor classificou o ofício como “genérico”. “Não tem qualquer outra orientação de como proceder, não detalha quais seriam as atividades essenciais. Do jeito que foi enviado, esse ofício-circular parece que tem como objetivo apenas atender a determinação do Supremo para evitar uma responsabilização, mas que não vai surtir nenhum efeito prático”, destacou.

O servidor aponta que a PRF não mobilizou o efetivo necessário para que os agentes possam desfazer os bloqueios com segurança. “Em várias ações é possível ver apenas dois policiais gerenciando grandes manifestações. Nessas situações não há o que fazer a não ser tentar conquistar algum tipo de empatia dos manifestantes para preservar a própria segurança e contar que a administração traga algum tipo de reforço especializado”, conclui.

O Congresso em Foco procurou a assessoria de comunicação da PRF nesta manhã, mas não houve retorno até o momento. Este texto será atualizado caso a instituição se manifeste.

De acordo com informações da PRF divulgadas na manhã desta terça-feira (1º), já foram desfeitas 246 manifestações em rodovias federais no Brasil. A corporação divulgou que existe 229 ocorrências no país, com Santa Catarina tendo o maior número de bloqueios (38).

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As mobilizações começaram no último domingo após a vitória do presidente eleito Lula (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na eleição mais disputada da história do país desde a redemocratização, o petista derrotou Bolsonaro por um placar apertado, uma diferença de aproximadamente 2 milhões de votos. Lula teve 50,90% dos votos válidos contra 49,10% de Bolsonaro. O petista teve 60.345.999 votos e o presidente derrotado 58.206.354.

Sindicato destaca papel institucional da PRF

O Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Distrito Federal (Sinprf-DF) divulgou uma nota onde reafirma o compromisso na defesa dos direitos dos cidadãos e repudia qualquer ação ou omissão que “inviabilize ou prejudique o cumprimento de sua missão constitucional, de preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio público ou privado, por meio do policiamento ostensivo nas Rodovias Federais e nas áreas de interesse da União.”

“Reforçamos que é dever da Administração providenciar todos os meios adequados e suficientes para a desobstrução das rodovias com segurança, incluindo pessoal especializado para negociação, equipamentos e tecnologias apropriadas para o enfrentamento de crises dessa natureza”, destaca o sindicato.

Confira a íntegra:

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