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[fotografo] PxHere [/fotografo] Após sanção das novas regras do Fust, umas das principais missões do comitê gestor será alocar os recursos do fundo de forma que pequenos provedores também sejam contemplados

Finalmente, Fust pode impulsionar projetos de banda larga

24.11.2020 08:00 0
Atualizado em 10.10.2021 17:30

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Na última quinta-feira o Senado Federal aprovou o PLS 172/2020, que alterou as regras do Fundo de Universalização do Serviços de Telecomunicações (Fust).  É uma demanda antiga, sobre um dos pontos que não funcionaram no processo de privatização das telecomunicações no Brasil.

As leis do setor de telecomunicações que regulamentaram a participação do capital privado nas concessões e autorizações são de 1996 e 1997. Na Lei Geral de Telecomunicações foi previsto um fundo para financiar a expansão das redes de telefonia, regulamentado por meio de lei própria no ano 2000.

Acontece que este fundo, o Fust nunca foi utilizado. Em 2007, tivemos a primeira proposta para alteração do fundo. Entre vários equívocos, talvez o maios seja a previsão legal de apenas destinar recursos para os serviços de telecomunicações concedidos, uma vez que o único serviço concedido era a telefonia de voz, assim, o serviço celular ou a banda larga não podiam receber recursos do Fust.  Detalhes burocráticos que impediram o funcionamento de todo o sistema.

Depois de muito tempo e debate, finalmente parece que avançaremos no assunto.  Talvez seja o primeiro resultado concreto da recriação do Ministério das Comunicações e, por que não, um ponto positivo da pandemia, que jogou luz à necessidade de expansão do acesso à internet.

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O projeto aprovado no Senado traz diversas melhorias, entre elas a possibilidade dos recursos serem utilizados para qualquer serviço de telecomunicações, a retirada da necessidade dos projetos serem “sem viabilidade econômica” para receber os recursos, a possibilidade de projetos com e sem reembolso e a criação de um comitê gestor para Fust.

Assim, caso o projeto conclua sua tramitação no legislativo e seja sancionado superaremos entrave burocrático para o uso dos recursos do fundo e mais, teremos um novo leque de opções para o financiamento da expansão das redes de telecomunicação.

Ao permitir que os projetos financiados tenham viabilidade econômica, teremos a oportunidade de alocar melhor os recursos, principalmente em uma carteira de projetos reembolsáveis.

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Ou seja, além de recursos para financiar banda larga e cobertura de serviço celular em escolas públicas e postos de saúdes, será possível que pequenos provedores, obtenham recursos a juros módicos para financiarem seus negócios.

Já comentamos neste espaço como a os pequenos provedores estão contribuindo para a expansão do acesso à internet e fomentando a competição, o que leva a melhoria de preço e qualidade para o consumidor final.

> Sementes de futuro das telecomunicações

Considerando que o Fust arrecada em torno de R$ 1 bilhão por ano, ser forem viabilizados valores entre R$ 300 e R$ 400 milhões para financiamento de projetos reembolsáveis de pequenos provedores, cotejando com o tamanho da operação desses empreendedores, poderemos ter uma grande alavanca para esses negócios.

Podemos fazer um paralelo com Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que com uma arrecadação parecida com o Fust, foi um dos grandes vetores que permitiu (de 2012 a 2019) taxa média de 7% ao ano de crescimento para o setor audiovisual.

Assim, após a sanção das novas regras do Fust, umas das principais missões do comitê gestor será alocar os recursos do fundo de forma que os pequenos provedores também sejam contemplados, para que o mercado de telecomunicações possa se desenvolver de forma mais rápida e plural.

Se Fust além de contribuir para universalizar os serviços de telecomunicações, também fomentar a competição, talvez toda a espera pela modernização da legislação seja compensada.

O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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