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PGR: Eduardo Cunha usou igreja para receber propina

20.08.2015 18:47 0

Reportagem Em
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Na denúncia apresentada nesta quinta-feira (20) contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que o peemedebista utilizou empresas de fachada, simulação de contratos de serviços e até doações a igreja para receber propina em troca de contratos de navios-sonda firmados pela Petrobras.

De acordo com a denúncia, Cunha recebeu pelo menos US$ 5 milhões, entre outubro de 2011 e outubro de 2012, para facilitar e viabilizar a contratação do estaleiro Samsung, sem licitação, responsável pela construção dos navios-sondas Petrobras 10.000 e Vitoria 10.000.

Veja a íntegra da denúncia da PGR contra Eduardo Cunha

Segundo a acusação, deste total, US$ 175 mil foram repassados a Cunha por meio da Assembleia de Deus Madureira, do Rio de Janeiro. A denúncia sustenta que o lobista Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, por orientação de Cunha, pediu a Júlio Camargo que efetuasse depósitos na conta da igreja. Em seguida, integrantes da entidade religiosa fizeram contato com o deputado e lhe repassaram o dinheiro, em espécie, narra a PGR. Baiano é apontado como operador do PMDB no esquema da Petrobras.

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Camargo fez dois depósitos destinados à igreja por meio de suas duas empresas, a Piemonte e a Treviso. Houve um depósito de R$ 125 mil no dia 31 de agosto, por meio da Piemonte, e outro de R$ 250 mil, pela Treviso, no mesmo dia. “Ambas com a falsa justificativa de ‘pagamento a fornecedores’”, afirma a PGR na denúncia.

“No e-mail em que foi solicitado o pagamento obtido [pela Igreja], datado de 31 de agosto de 2012, os dados são encaminhados como se tratasse de uma ‘doação’. Porém, não há dúvidas de que as referidas transferências bancárias foram feitas por indicação de Eduardo Cunha, para pagamento de parte do valor residual da propina referente às sondas”, afirma a petição assinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Segundo a PGR, o diretor da igreja beneficiária é Samuel Cássio Ferreira, irmão de Abner Ferreira, pastor da Igreja Assembleia de Deus Madureira. “Foi nela, inclusive, que Eduardo Cunha celebrou a eleição para Presidência da Câmara dos Deputados, conforme amplamente divulgado na imprensa”, lembra o procurador-geral.

“É digno de nota que Júlio Camargo nunca havia feito anteriormente doações para a Igreja Evangélica Assembléia de Deus, nunca frequentou referida igreja e professa a religião católica”, pontua a PGR.

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Os demais valores foram repassados ao parlamentar por meio de empresas offshore no exterior controladas por Camargo e Baiano e pelo doleiro Alberto Youssef. Pela denúncia da PGR, os valores eram depositados em contas indicadas pelo doleiro e pelo operador do PMDB. Cabia a eles, em seguida, fazer com que os valores chegassem até Cunha por meio de agentes, entre eles, o ex-policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca.

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