Publicidade

Ideli Salvatti entregou a representação para Ela Wiecko, vice-procuradora-geral

PGR vai analisar declarações de Jair Bolsonaro

11.12.2014 19:34 0

Reportagem
Publicidade

[fotografo]José Cruz/Agência Brasil[/fotografo]

Ideli Salvatti entregou a representação para Ela Wiecko, vice-procuradora-geral

A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai analisar as declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) contra a colega Maria do Rosário (PT-RS). A ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, entregou nesta quinta-feira (11) uma representação no órgão pedindo a investigação sobre incitação ao crime e discriminação por parte do pepista. Na terça-feira (9), ele voltou a atacar Maria do Rosário dizendo que não a estupraria porque “ela não merece”.

A decisão de entrar na PGR foi tomada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), que é presidido por Ideli. O documento tirado da reunião foi entregue hoje à vice-procuradora-geral, Ela Wiecko. Aos representantes do CNDH, ela afirmou que as declarações de Bolsonaro foram graves e precisam ser analisadas. “[A declaração] revela a manifesta discriminação do Sr. Deputado Bolsonaro contra as mulheres, cujas declarações incitam o ódio e o preconceito contra as mulheres”, diz a representação, assinada por Ideli Salvatti.

Na terça-feira, ele subiu à tribuna da Câmara para atacar Maria do Rosário. “Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Fique aí, Maria do Rosário. Há poucos dias você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não a estuprava porque você não merece. Fique aqui para ouvir”, disparou. O discurso era uma referência a declarações da deputada sobre o Dia Mundial dos Direitos Humanos e os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade.

Bolsonaro afirmou que, quando for notificado pela PGR, vai se defender. Mas adiantou que usará como base da defesa o artigo 53 da Constituição Federal. “Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”, diz o trecho da Carta Magna. Porém, para o CNDH, é preciso estabelecer um limite à imunidade dos parlamentares.

Publicidade

Depois de entrar na PGR, o Conselho Nacional de Direitos Humanos também vai representar contra Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara. Lá, o pedido do órgão se juntará ao apresentado por quatro partidos ontem. PT, PCdoB, PSB e Psol pedem a investigação do deputado do Rio de Janeiro por quebra de decoro parlamentar. Como a legislatura se encerra, na prática, na próxima semana, a intenção do grupo é pedir a reabertura do caso após o início dos trabalhos, em fevereiro.

Sem fazer alarde, Câmara livra Jair Bolsonaro

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Se você chegou até aqui, uma pergunta: qual o único veículo brasileiro voltado exclusivamente para cobertura do Parlamento? Isso mesmo, é o Congresso em Foco. Estamos há 17 anos em Brasília de olho no centro do poder. Nosso jornalismo é único, comprometido e independente. Porque o Congresso em Foco é sempre o primeiro a saber. Precisamos muito do seu apoio para continuarmos firmes nessa missão, entregando a você e a todos um jornalismo de qualidade, comprometido com a sociedade e gratuito. Mantenha o Congresso em Foco na frente.

Seja Membro do Congresso em Foco

Apoie