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Revista Congresso em Foco recebe o Prêmio Vladimir Herzog

30.10.2014 14:31 0
Atualizado em 03.11.2014 21:47

Reportagem
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Troféu entregue aos vencedores de cada categoria é assinado pelo artista plástico Elifas Andreato

Em uma cerimônia marcada pela reverência à democracia e à cidadania, foram homenageados ontem (29) à noite, em São Paulo, os vencedores da 36ª edição do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Ao todo, foram premiados 16 trabalhos. Entre eles, a série “Jurados de morte: o drama de mais de 2 mil autoexilados no próprio país”, publicada pela Revista Congresso em Foco. A reportagem assinada por Edson Sardinha venceu na categoria revista.

O site já havia recebido menção honrosa, em 2008 e 2009, nessa que é a principal premiação do jornalismo brasileiro na área de direitos humanos. A noite também foi marcada pela homenagem a dois jornalistas: o ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar nos anos 1970, e a repórter Sandra Passarinho, primeira correspondente internacional da TV brasileira. O prêmio especial dedicado a Rubens Paiva foi recebido pelo jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva e por sua irmã Vera, ambos filhos do ex-parlamentar.

A iniciativa é organizada pelo Instituto Vladimir Herzog, pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), entre outras entidades. A edição deste ano reuniu 503 trabalhos de todo o país, todos ligados à temática da defesa dos direitos humanos. A cerimônia, realizada no Teatro da PUC-SP (Tuca), foi conduzida pelo jornalista Juca Kfouri, responsável por chamar ao palco os premiados da noite. Parlamentares, representantes dos governos federal, estadual e municipal, do Judiciário e das entidades apoiadoras do projeto também prestigiaram a premiação.

Em seu discurso de agradecimento, o editor-executivo do Congresso em Foco, Edson Sardinha, compartilhou o prêmio com toda a equipe do site e da revista e homenageou os mais de 2 mil brasileiros jurados de morte, apontados por sua reportagem, na figura de duas pessoas: a advogada Valdênia Paulino Lanfranchi e o pescador Alexandre Anderson de Souza. Os dois estão no Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, do governo federal, mas reclamam de abandono por parte da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A luta deles foi contada em duas edições da revista.

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[fotografo]Fernanda Freixosa[/fotografo]

Edson Sardinha cobrou atenção da Secretaria de Direitos Humanos para programa de proteção de defensores

Edson pediu à secretaria que dê maior atenção ao programa, considerado falho pelos militantes dos direitos humanos jurados de morte. “Vamos ter de esperar o primeiro cadáver para que o programa passe a ser mais efetivo?”, questionou o jornalista. Presente ao evento, o secretário-executivo da Secretaria de Direitos Humanos, Claudinei do Nascimento, informou que o governo pretende reforçar o programa.

 

 

A reportagem premiada revelou, por meio de um amplo e inédito levantamento, que mais de 2 mil pessoas estavam juradas de morte por testemunhar e denunciar violações de direitos humanos ou, simplesmente, exercer seu dever funcional em todo o Brasil. Segundo a matéria, pelo menos 2.034 cidadãos brasileiros estavam incluídos, naquele momento, em algum dos três programas de proteção a pessoas ameaçadas de morte, mantidos pelo governo federal em parceria com governos estaduais. Pessoas que vivem como exiladas dentro do seu próprio país.

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Veja a apresentação da matéria no siteExclusivo: 2 mil brasileiros estão jurados de morte

O assunto foi retomado na 11ª edição da revista, em junho deste ano. Defensores de direitos humanos incluídos no programa federal de proteção relataram que foram abandonados à própria sorte. Pescadores da comunidade de Magé (RJ) acusaram o governo de retirá-los de sua comunidade, com a promessa de garantir o seu retorno em segurança, e mantê-los longe de sua luta contra as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj, um megaempreendimento da Petrobras (Veja resumo da matéria: Ativistas acusam governo de minar sua luta contra policiais e criminosos).

Este é o primeiro prêmio recebido pela Revista Congresso em Foco. Além de figurar entre os ganhadores do Vladimir Herzog em dois anos consecutivos, o site já conquistou o Prêmio Embratel de Jornalismo Investigativo, com a farra das passagens, e o Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa, ambos em 2009.

Confira a relação de todos os premiados desta 36ª edição do Prêmio Vladimir Herzog:

– Artes: “Pátria Armada Brasil”, de Robson Vilalba, jornal Gazeta do Povo. Menção honrosa: “Foi Errado, eu sei”, de Laerte, na Folha de S. Paulo.

– Fotografia: “De herói a Vilão” de Marcelo Carnaval, O Globo.

– Jornal: “Sangue Político”, de Leonêncio Nossa, O Estado de S. Paulo. Menção honrosa: “Mapa da Ditadura em Brasília”, de Ana Pompeu, Correio Brasiliense; e “As confissões do coronel Malhães”, Juliana Dal Piva, O Dia.

– Revista: “Jurados de Morte: o drama de mais de 2 mil autoexilados no próprio país”, de Edson Sardinha, Congresso em Foco. Menção honrosa: “Envenenados”, Tiago Mali, Galileu.

– Rádio: “História de Flor”, de Hebert Araújo, Rádio CBN de João Pessoa/PB. Menção honrosa: “Brasil-Haiti: 10 anos da missão de paz da ONU, de Michelle Trombelli, Rádio BandNews FM/SP.

– Documentário de TV: “Na Lei ou na Marra: 1964, um combate antes do golpe”, de Tatiane Fontes, TV ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais). Menção Honrosa: “Pele Negra”, de Bianca Vasconcellos, TV Brasil/EBC.

– Reportagem de TV: “Caso Amarildo”, Mônica Marques, TV Globo/RJ. Menção Honrosa: “Tortura na Fundação Casa”, Valmir Salaro, “Fantástico” (Globo).

– Internet: “Dias de tolerância”, Rosanne D´agostino, Portal G1. Menção honrosa: “Imigrantes em São Paulo”, Fabiana Maranhão, UOL.

– Prêmio Hors Concours: “A sentença – 35 anos”, Cláudio Renato, GloboNews.

 

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