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Parlamento do Afeganistão é um dos quatro do planeta a adotar o 'distritão', que Eduardo Cunha quer emplacar no Brasil

Proposta de Cunha, ‘distritão’ só existe em 2% dos países

26.05.2015 09:22 0

Reportagem Em
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Parlamento do Afeganistão é um dos quatro do planeta a adotar o 'distritão', que Eduardo Cunha quer emplacar no Brasil

Levantamento feito pelo International Institute of Democracy (Idea) mostra que apenas quatro países, de uma lista com 200 nações, adotam o novo modelo para a eleição de deputados e vereadores defendido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O chamado distritão, que consiste na eleição dos deputados mais votados em cada estado, é aplicado apenas no Afeganistão, na Jordânia e em duas ilhas do Pacífico: Vanuatu e Pitcairn, esta com apenas 50 habitantes.

Segundo reportagem do jornal O Globo, a pesquisa do Idea revela que 38% dos países usam o modelo proporcional, o mesmo adotado no Brasil atualmente, em que os votos dos partidos ou coligações são levados em conta na hora de definir os candidatos eleitos. Em 39% das nações, está em vigor o chamado sistema distrital, que prevê a divisão dos estados em distritos e a eleição dos mais votados nessas divisões. Essa fórmula também é apoiada por alguns partidos no Brasil, como o PSDB.

A reportagem lembra que o Japão abandonou o distritão nos anos 1990, alegando que o modelo favorecia a disputa individual e estimulava a prática da corrupção e do caixa dois. Cientistas políticos ouvidos pelo Globo avaliam que a adoção do novo sistema de eleição para a Câmara elevará o custo das campanhas e a personalização dos candidatos e enfraquecerá os partidos políticos. Além disso, acrescentam, tende a favorecer os deputados que já estão no exercício do mandato, por serem mais conhecidos e terem acesso privilegiado ao financiamento privado de campanha.

Após muita polêmica e discussões, a Câmara inicia nesta terça-feira (26) as votações da reforma política. O presidente Eduardo Cunha não conseguiu acordo com as lideranças partidárias acerca de diversos pontos das propostas de emenda à Constituição (PEC) que dispõem sobre o tema. Assim, tornaram-se escassas as chances de que seja aprovada em plenário alguma mudança significativa no sistema político brasileiro, segundo deputados ouvidos pelo Congresso em Foco.

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Cunha tem reclamado da interferência do Planalto em relação à proposta de fusão de partidos, acusando o PT de tentar enfraquecer o PMDB. Além dessa indisposição do deputado com o governo, dificulta a aprovação da reforma o fato de que ela é promovida por meio de PECs, que demandam o chamado quórum qualificado, exigindo-se pelo menos 308 votos a favor de cada proposta. A imposição regimental demanda número elevado de deputados em plenário. Ontem Cunha provocou uma crise com integrantes da comissão especial da reforma política ao avocar para o plenário, sem a prévia votação no colegiado, da proposta de mudança no sistema político-eleitoral brasileiro.

Leia a reportagem no Globo

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