Publicidade

xxx

Temer cede novamente a caminhoneiros e sindicato recomenda fim da greve, mas volta é incerta

28.05.2018 07:04 0

Reportagem
Publicidade
[fotografo]Marcelo Camargo/ABr[/fotografo]

"Para chegar a esses R$ 0,46, o governo está assumindo sacrifícios no orçamento e honrará essa diferença de custo sem nenhum prejuízo para a Petrobras", diz o presidente

Para tentar encerrar a greve dos caminhoneiros, que completa uma semana, o presidente Michel Temer cedeu e reduziu em R$ 0,46 na bomba o valor do diesel, com corte em tributos como a Cide e o PIS/Cofins. Também decidiu congelar o preço do óleo diesel por 60 dias, e não mais 15 ou 30 dias como anunciado semana passada. Vencidos os dois meses, o reajuste será feito a cada 30 dias.

Michel Temer também assinou três medidas provisórias que garantem a isenção da cobrança do eixo suspenso nos pedágios, a reserva de 30% dos fretes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para os caminhoneiros autônomos e uma tabela com valores mínimos para os fretes rodoviários.

Essas foram as cinco medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer em pronunciamento nesse domingo à noite (27) após reunião de mais de 12 horas de negociação com outros ministros e representantes dos caminhoneiros. As três MPs foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União. Essa foi uma das exigências do comando grevista para encerrar o movimento.

Pela proposta do governo, o Tesouro terá de ressarcir a Petrobras pelos descontos que serão concedidos e pelo congelamento do preço. A origem dos recursos só deve ser apontada nesta segunda-feira.”Para chegar a esses R$ 0,46, o governo está assumindo sacrifícios no orçamento e honrará essa diferença de custo sem nenhum prejuízo para a Petrobras”, disse Temer em seu pronunciamento.

Publicidade

“Fizemos nossa parte para atenuar problemas e sofrimentos. As medidas que acabo de anunciar atendem às reivindicações que nos foram apresentadas. Por isso, quero manifestar a plena confiança no espírito de responsabilidade, de solidariedade e de patriotismo”, discursou. “Os efeitos dessa paralisação na vida de cada cidadão me dispensam de citar a importância da missão de cada trabalhador do setor de cargas”, acrescentou. Em vários lugares do país houve panelaço e vaias enquanto o presidente discursava.

Ao deixar o Palácio do Planalto, o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que recomendaria aos motoristas que voltassem ao trabalho por entender que as reivindicações haviam sido contempladas pelo governo. A entidade, que representa quase 1 milhão de caminhoneiros, havia se recusado a assinar o acordo anunciado na última quinta-feira. “Foi o melhor para o caminhoneiro. Peço aos motoristas que levantem acampamento e sigam a vida”, declarou Fonseca. A entidade, porém, admite que não tem como assegurar que seu posicionamento será seguido pelos caminhoneiros. Até o início da manhã desta segunda-feira (28) os protestos continuavam em todo o país.

“Conseguimos parar este país e sermos reconhecidos pela sociedade brasileira e pelo governo. Nossa manifestação foi única, como nunca ocorreu na história. Seremos lembrados como aqueles que não cederam diante das negativas do governo e da pressão dos empresários do setor. Teremos o reconhecimento da nossa profissão, de que nosso trabalho é primordial para o desenvolvimento deste país. Voltem com a sensação de missão cumprida, mas lembrando que a luta não termina aqui”, destacou nesta manhã em nota a Abcam.

<< Senado convoca sessão para votar urgência de projeto sobre fretes
<< Economia acumula perdas superiores a R$ 10 bilhões com protestos dos caminhoneiros

Publicidade
Publicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Se você chegou até aqui, uma pergunta: qual o único veículo brasileiro voltado exclusivamente para cobertura do Parlamento? Isso mesmo, é o Congresso em Foco. Estamos há 17 anos em Brasília de olho no centro do poder. Nosso jornalismo é único, comprometido e independente. Porque o Congresso em Foco é sempre o primeiro a saber. Precisamos muito do seu apoio para continuarmos firmes nessa missão, entregando a você e a todos um jornalismo de qualidade, comprometido com a sociedade e gratuito. Mantenha o Congresso em Foco na frente.

Seja Membro do Congresso em Foco

Apoie