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Japonês da Federal, Chico Buarque e Fernando Pimentel viraram temas de marchinhas de carnaval

Tensão política anima marchinhas de Carnaval

06.02.2016 08:00 0
Atualizado em 08.02.2016 08:34

Reportagem Em
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Japonês da Federal, Chico Buarque e Fernando Pimentel viraram temas de marchinhas de carnaval

O clima de tensão política que marcou 2015 rendeu marchinhas que já caíram no gosto popular. Os blocos escolheram como temas o “Japonês da Federal”, a discussão protagonizada por um grupo de jovens e o cantor e compositor Chico Buarque, e até o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel,  e prometem agitar os foliões dos blocos de rua no Carnaval deste ano.

A marchinha “Japonês da Federal” é uma referência ao agente da PF Newton Ishii, figura conhecida nas prisões decorrentes das investigações da Operação Lava Jato. Funcionário da corporação desde 1976, Ishii é chefe do Núcleo de Operações da PF em Curitiba e chegou a ser expulso em 2003, quando foi preso na Operação Sucuri, acusado de integrar uma quadrilha de contrabandistas que atuava na fronteira do Brasil com o Paraguai. Ishii se aposentou no mesmo ano. Em 2014, teve a aposentadora revogada e foi reintegrado à corporação.

Além das recorrentes aparições ao lado de presos pela força-tarefa, Newton Ishii ficou famoso ao ser citado em gravação feita por Bernardo, filho de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, como “o japonês bonzinho”, suspeito de vazar dados da Lava Jato. O áudio levou à prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e do banqueiro André Esteves, em novembro do ano passado.

Confira a marchinha do “Japonês da Federal”, assinada por Thiago SP, Dani Batistonni, Rogério Villanova (Jabolinha), Tigrão e Irmãos Vitale.

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“Aí meu Deus, me dei mal /Bateu à minha porta / O Japonês da Federal! / Dormia o sono dos /justos / Raiava o dia, eram quase seis / Escutei um barulhão / Avistei o camburão / Abri a porta e o Japonês, então, falou / – Vem pra cá! / Você ganhou uma viagem ao Paraná!”

Não enche o saco do Chico

A cena protagonizada em dezembro do ano passado por um grupo antipetista da Zona Sul do Rio de Janeiro que discutiram com o cantor e compositor Chico Buarque também não passou em branco.  Na ocasião, o artista foi abordado por rapazes que disparavam provocações devido à identificação de Chico com o PT. Diante de frases do tipo “PT é bandido!” e “Vai morar em Paris!”, o compositor ainda tentou argumentar: “Acho que o PSDB é bandido… E agora?”, insistiu Chico, que ainda aconselhou o interlocutor “a se informar mais, porque com base na revista Veja você não vai chegar muito longe”.

O vídeo da discussão ganhou as redes sociais. Em resposta, Chico publicou em sua página no Facebook a música “Vai trabalhar, vagabundo”. O episódio gerou manifestações até da presidente Dilma Rousseff, para quem o cantor gravou vídeos de apoio durante as campanhas de eleição e reeleição. Para Dilma, o debate político deve ser “saudável, e não descambar para a disputa política ‘furiosa’”.

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Na marchinha “Não enche o saco do Chico”, os compositores Vitor Velloso e Marcos Frederico saem em defesa do cantor: “Se encontrar o Chico na rua / e não tiver nada pra dizer / talvez seja melhor ficar na sua / ou achar outro saco pra encher / Você pode ter a sua opinião e pode discordar do Chico / mas se for pra tirar satisfação / é melhor você fechar o bico”.

Assista o vídeo com a marchinha completa:

Baile do Bené

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) também não escapou das sátiras carnavalescas. Na marchinha “Baile do Bené”, o governador – investigado pela Operação Acrônimo, que apura um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro – é alvo de críticas por seu envolvimento com  o empresário Benedito de Oliveira Neto, o Bené, um dos principais alvos da força-tarefa.

O empresário é suspeito de ser o intermediário do esquema de lavagem de dinheiro. Ele pagou despesas no valor de R$ 12 mil para Pimentel e a mulher em um resort na Bahia, em novembro de 2013. A defesa do governador admite que ele não pagou a conta no resort, mas diz que o presente foi dado a Carolina pela namorada de Bené, de quem era amiga, com o crédito que tinha no hotel. O empresário motivou as investigações da PF sobre a campanha do governador ao ser flagrado, em um avião particular, com R$ 113 mil em dinheiro durante a eleição. Pimentel e Carolina negam qualquer irregularidade nos pagamentos e dizem que jamais receberam vantagens indevidas.

Confira a marchinha “Baile do Bené”:

O Bené é tão bonzinho /Parece até o Papai Noel / Ele paga hotel e jatinho / Pro amigo Pimentel / Por favor não se engane / É primeira classe direto pra Miami / Por favor não se engane / É primeira classe direto pra Miami

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