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Samuel Moreira (ao telefone), o relator, e Marcelo Ramos, o presidente, comandaram os trabalhos da comissão especial[fotografo]Marcelo Camargo/ABr[/fotografo]

Previdência: veja o que vai a plenário

05.07.2019 08:55 3

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A comissão especial da reforma da Previdência aprovou nessa quinta-feira (4), por 36 votos favoráveis e 13 contrários, a proposta de emenda à Constituição que altera as regras previdenciárias. Os deputados rejeitaram quase todas as tentativas de se alterar o texto principal, os chamados destaques, em reunião que se arrastou por 16 horas. Pedidos de regras especiais para a aposentadoria de professores e policiais, por exemplo, foram derrubados.

Destaque aprovado pela comissão chegou até a retirar os policiais militares e os bombeiros militares da reforma da Previdência. Apresentado pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), o destaque determina que as aposentadorias e as pensões por morte dessas categorias, cujas regras estavam equiparadas às das Forças Armadas no parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP), sejam reguladas posteriormente através de uma lei complementar federal. O texto ainda exclui a possibilidade de que leis estaduais estabeleçam alíquotas e bases de cálculo de contribuição previdenciária para esses profissionais.

Superada essa etapa, o governo concentra seus esforços agora no plenário, onde precisará do apoio de pelo menos 308 dos 513 deputados, em dois turnos de votação. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer incluir a PEC na votação da próxima terça-feira. Para isso, é preciso reunir pelo menos 51 deputados em plenário nesta sexta (5) e na próxima segunda (8), dias em que tradicionalmente o quórum é baixo na Casa. Pelas regras regimentais, é necessária a contagem dessas duas sessões para que a proposta possa ser pautada na terça. Maia quer concluir a votação da reforma até o próximo dia 17, quando se encerra o primeiro semestre legislativo.

O Congresso em Foco lista a seguir alguns dos principais pontos da reforma que será submetida ao plenário, conforme o relatório aprovado nessa quinta-feira (4), assim como outros que poderão, eventualmente, ser objeto de tentativa de reinclusão em plenário, como a incorporação de estados e municípios à reforma. Também deve ser rediscutida a definição de regras mais brandas para a aposentadoria de policiais, proposta que acabou derrotada na comissão especial mas que ainda mobiliza o governo. Outros itens que constavam do texto original, como mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a implantação do sistema de capitalização, estão descartados.

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O QUE ESTÁ DENTRO DA REFORMA:

Idade mínima

  • Pelas novas regras, homens terão direito a aposentadoria com 65 anos de idade, com 20 de contribuição, e mulheres com 62 anos, com 15 de contribuição.

Professores

  • Idade mínima de 60 anos para homens, com 30 anos de contribuição, e 57 para mulheres, com 25 anos de contribuição.

Tempo de contribuição

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  • Setor privado: 20 anos para homens, 15 anos para mulheres. Setor público: 25 anos para homens e mulheres.

Regra de transição

  • O relator acrescentou uma regra de transição que valerá tanto para o serviço público como para a iniciativa privada. Os trabalhadores a mais de dois anos da aposentadoria terão um pedágio de 100% sobre o tempo faltante para terem direito ao benefício. No caso dos servidores públicos que entraram antes de 2003, o pedágio dará direito à integralidade e à paridade.

Abono salarial

  • Pagamento de abono salarial do PIS/Pasep. Hoje, o benefício é pago para trabalhadores que ganham até dois salários mínimos (R$ 1.996 em 2019) por mês. Com a reforma, o valor será pago a quem recebe, no máximo, R$ 1.364,43.

Ações na Justiça

  • A proposta aprovada definiu que as ações judiciais previdenciárias poderão ser julgadas pela Justiça estadual, quando a comarca não for sede de uma vara federal.

Imposto sobre bancos

  • A proposta aprovada pela comissão manteve o aumento na alíquota de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de 15% para 20% exclusivamente para bancos.

Pensão por morte 

  • Governo queria limitar pagamento, hoje integral, a 60% do benefício mais 10% por dependente. Primeiro relatório barrava valor abaixo do mínimo caso fosse a única renda do beneficiário. Agora, diz que o critério vale para “conjunto de dependentes”.

O QUE AINDA PODE ENTRAR

Regras especiais para policiais

  • Pelo relatório, policiais se aposentarão com idade mínima de 55 anos, sem regra de transição. Policiais na ativa queriam pagar um pedágio de 17% sobre o tempo de contribuição que faltaria para se aposentar nas regras atuais. Moreira propôs um pedágio de 100%.

Estados e municípios

  • Um dos mais polêmicos itens, os estados e municípios não foram contemplados pelo relatório do deputado Samuel Moreira. Vão ter que realizar as mudanças em suas respectivas assembleias legislativas.

O QUE DEVE FICAR DE FORA

Contribuição social

  • O texto abria brecha para incidência sobre vale-alimentação, mas o relatório manteve as regras como são atualmente: incidência apenas sobre folha de salários.

Capitalização

  • O relatório retirou o artigo que abria caminho para a criação do modelo de capitalização, em que cada trabalhador poderia fazer a própria poupança.

Benefício de Prestação Continuada (BPC)

  • O parecer retirou a proposta do governo em relação ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é pago um salário mínimo a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda. A proposta original previa o pagamento após os 70 anos.

Desconstitucionalização

  • Retirava da Constituição regras que definem idade e tempo de contribuição mínimos, o que permitiria que futuras mudanças pudessem ser feitas por meio de projeto de lei.

Recursos do PIS/Pasep

    • O texto-base aprovado não destina à Previdência recursos do PIS/Pasep que hoje ajudam a financiar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

> Veja como os deputados votaram o texto-base

3 respostas para “Previdência: veja o que vai a plenário”

  1. Comentando as notícias disse:

    Nada justifica manter diferença entre gêneros em pleno século 21. Países especialmente os de 1º mundo que estão fazendo ou fizeram reformas acabaram com isso. Mais uma vez o Brasil perde a chance de se atualizar perante o resto do mundo. Idade menor pra mulher é política social, e não cabe ao INSS fazer esse tipo de política. Mesma coisa pra policiais, professores e etc, deixar p/ valorizar só depois que aposenta?

  2. Pedrão disse:

    1. Não vejo qual é a justificativa em se diferenciar tempo de contribuição do setor privado e setor público.

    2. Judiciário e militares fora da reforma. Cai por água abaixo todo teor de justiça desta reforma “para todos”.

  3. Petrucio disse:

    pORQUE O PEDAGIO DE POLITICO É DIFERENTE E MUITO EM RELAÇÃO AOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, POR EXEMPLO: PQ O PEDÁGIO DO FUNCIONÁRIO É DE 100% E DE POLITICO É DE 30% POR CENTO ISSO TEM QUE MUDAR OU O BICHO VAI PEGAR, ACORDA REDES SOCIAIS NESSE PONTO PEDÁGIO, TEM OUTRO DE 17% QUE NÃO ME LEMBRO QUAL É A CATEGORIA, REDES SOCIAIS EM AÇÃO AGORA QUE VAIO A PLENÁRIO, SOU FUNCIONÁRIO PUBLICO APOSENTADO MAIS NÃO CONCORDO COM BENEFICIO DIFERENTE PARA POLITICO, A PIOR CLASSE DO PAÍS.

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