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Alcolumbre conversa com o relator Weverton Rocha, à direita. Ao centro, Randolfe Rodrigues, que é contra a proposta, na sessão do último dia 11, quando o presidente do Senado tentou votar o texto enviado pela Câmara[fotografo]Waldemir Barreto/Ag. Senado[/fotografo]

Senado vota brecha para aumentar dinheiro público em campanha eleitoral

15.09.2019 14:12 4

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Os senadores devem votar nesta semana uma proposta que abre brecha para o aumento do fundo eleitoral, que financia as campanhas políticas. Para valer nas eleições municipais de 2020, o texto precisa ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro até outubro. O projeto deve ser discutido nesta terça-feira (17) em regime de urgência em função de acordo entre líderes partidários.

> Veja como cada deputado votou a mudança na legislação eleitoral

Os defensores da mudança alegam que o aumento dos recursos se faz necessário devido ao maior número de candidatos em relação à eleição passada. Já os críticos dizem que a alteração não se justifica porque as eleições de 2018 eram muito mais dispendiosas e que essa diferença poderia ser usada no financiamento da saúde e da educação.

Na última sessão deliberativa, no dia 11, senadores de vários partidos reclamaram do pouco tempo disponível para analisar o projeto, entraram em obstrução e a votação foi cancelada. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tentou aprovar a proposição a toque de caixa. Incluiu o texto na pauta do plenário, sem passar por qualquer comissão, minutos após sua chegada da Câmara.

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O relator Weverton Rocha (MA), líder do PDT, já estava com o parecer pronto pela admissibilidade, o que surpreendeu senadores. Diante da resistência, os líderes fizeram um acordo para que a proposta seja votada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na manhã desta terça e no plenário à noite.

A possibilidade de aumento do fundo eleitoral não é a única crítica recebida pelo projeto. Ele modifica a legislação eleitoral para aumentar o valor repassado aos partidos, autoriza a contratação de advogados e contadores com o dinheiro do fundo partidário, reduz o montante a ser bloqueado pela Justiça eleitoral em decorrência de multas, libera o uso da verba para o pagamento de sanções, juros e aluguel de imóveis e, ainda, o impulsionamento de publicações na internet. E mais: determina a volta da propaganda eleitoral gratuita, também bancada pelos cofres públicos.

Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o projeto apresenta muitos problemas. “Reduz a transparência partidária, desvia recursos que poderiam ser usados em emendas e obras para que sejam utilizados em campanhas eleitorais, impede uma fiscalização mais detalhada e tira o teto dos gastos, favorecendo a lavagem de dinheiro”, cita.

Já Weverton diz que as críticas são infundadas e que a aprovação do projeto não implicará aumento de gastos públicos. Ele sugere, ainda, que os parlamentares contrários à utilização desses recursos que convençam seus partidos a renunciarem a esse dinheiro. “Eles devem pedir aos seus partidos que abram mão do fundo eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Se não vão usar esse dinheiro, o recurso volta para a União. Esses partidos que estão obstruindo poderiam dar o exemplo para o país devolvendo o fundo eleitoral”, sugere.

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A proposta relatada por Weverton não fixa um valor para o fundo, mas deixa a quantia em aberto para ser discutida na votação do orçamento. No projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviado ao Congresso, o Ministério da Economia havia fixado em R$ 2,5 bilhões os recursos a serem repassados para o fundo eleitoral. O líder do Novo na Câmara, Marcel Van Hattem (RS), apontou que havia um erro na estimativa e o valor foi reduzido em 27% para R$ 1,86 bilhão.

O fundo é composto por, no mínimo, 30% das emendas de bancadas estaduais, além da compensação fiscal de propaganda partidária na TV e rádios. A proposta aprovada pelos deputados também deixa indefinido o montante das emendas que comporão esse fundo, abrindo margem para que essa quantia ultrapasse os atuais 30%. Dessa forma, caberá ao relator da LOA, deputado Cacá Leão (PP-BA), estabelecer o valor e submetê-lo ao Congresso. Cacá chegou a a propor a elevação do fundo para R$ 3,7 bilhões. Mas recuou após pressão nas redes sociais e críticas dos presidentes Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara.

Com informações da Agência e da Rádio Senado

> Brasil gastou R$ 6,4 bilhões com partidos em dez anos

4 respostas para “Senado vota brecha para aumentar dinheiro público em campanha eleitoral”

  1. 6,4 BILHÕES DARIA PARA REFORMAR CENTENAS DE HOSPITAIS QUE NESSE BRASIL ANDAM CAINDO AOS PEDAÇOS, ESTRADAS ESBURACAS EM QUE QUANDO REFORMAM NÃO HÁ UM ENGENHEIRO PARA VERIFICAR E APROVAR O SERVIÇO. ONDE ESTÁ O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, O TCU?

  2. Nilson Gepeto disse:

    Não se irritem Senhores, é natural do brasileiro… votar mal… Depois não confere o que o eleito está fazendo… Em seguida quando saem notícias de que ele está fazendo errado, os eleitores não se juntam (o verdadeiro poder é o povo) para tirar o cara de lá, nossos “churras & brejas” são muito mais importantes e por fim na eleição seguinte o re-elegem… Os políticos só fazem aquilo que nós os autorizamos fazer…O erro está em nós !!!

  3. wzfr disse:

    LADROES, USURPADORES, DESPOTAS….

  4. Bento Sartori de Camargo disse:

    Senadores que aprovarem esse projeto de meter a mão mais uma vez no bolso dos contribuintes, aumentando os recursos para esses vermes fazer campanha e se reeleger, tenha a certeza que a maioria dos votantes terão o “maior prazer de cumprir o dever cívico” de dar um belo chute no traseiro desses politiqueiros asquerosos e também para a quadril, digo partido desde Vereador até Senador, aliás já começou na última eleição. Fiquem espertos…

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