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O ministro da Educação, Abraham Weintraub [fotografo]Reprodução[/fotografo]

MEC usou dados falsos para fechar TV Escola, diz direção em nota

15.12.2019 12:01 43

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A decisão do Ministério da Educação (MEC) de não renovar o contrato da TV Escola pegou mal até entre os eleitores de Jair Bolsonaro e os seguidores de Olavo de Carvalho que apoiavam o ministro Abraham Weintraub. E, segundo a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), que geria a TV Escola até ser “despejada” do prédio do MEC nesta semana, foi justificada com argumentos orçamentários duvidosos: “O MEC misturou números para confundir o povo brasileiro”, acusa a Roquette Pinto, que ressalta estar alinhada à política educacional do governo Bolsonaro.

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Nota divulgada pela Roquette Pinto nesse sábado (14), um dia depois de Weintraub bater-boca com seguidores bolsonaristas no Twitter, diz que “a proposta de um novo contrato com a ACERP previa um investimento ao redor de R$ 70 milhões por ano na TV Escola, muito próximo do valor previsto para 2019, quantia essa que compromete apenas 0,06% do orçamento do MEC previsto para este ano, segundo o Portal da Transparência”.

“Os conselheiros do Ministério, em uma reunião no mês de novembro, votaram a favor da renovação com esse mesmo valor”, acrescenta a associação, que ainda afirmou: “Importante destacar que o MEC, com orçamento de R$ 148 bilhões, lança, no início de dezembro, o programa de Literacia Familiar, uma das principais e únicas entregas da equipe ministerial atual. A produção dos vídeos foi feita pela TV ESCOLA, sem custo extra ao ministério, o que é mais uma vantagem do modelo de Organização Social”.

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Weintraub, por sua vez, disse no Twitter que esse valor de R$ 70 milhões/ano só seria obtido se o contrato com a Roquette Pinto fosse reduzido pela metade. “Deixo claro: defendo reduzir o Estado. Já pagamos muito imposto. O contrato, caindo pela metade, era de R$ 350 milhões por 5 anos. Tem coisa melhor a fazer com esse dinheiro. O dia que não tiver, corte-se impostos”, escreveu o ministro ao tentar justificar a não renovação do contrato da TV Escola em uma discussão nas redes sociais.

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Alinhamento ideológico

A Roquette Pinto ainda diz que não há motivos ideológicos para o MEC suspender o contrato da TV Escola. A associação explica que “está alinhada com o governo Bolsonaro e defende os valores do povo brasileiro, inclusive ao buscar levar uma nova programação que atenda as expectativas e os sentimentos da nação brasileira”. Prova disso é que, pouco antes da notícia de que não teria o contrato renovado, a TV Escola uma série que contava com a participação de Olavo de Carvalho – este foi o principal motivo, por sinal de os olavistas criticarem Weintraub pelo fim do contrato.

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“A atual equipe da centenária Associação Roquette Pinto reforça publicamente o compromisso com o Presidente Jair Bolsonaro de colocar o ‘Brasil acima de tudo’ e continuar trabalhando permanentemente com o sonho de melhorar a vida das pessoas por meio da aprendizagem”, garante a organização, que ainda lista os impactos do fim do contrato da TV Escola.

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“A ACERP não produz apenas conteúdo educativo, mas também de capacitação de professores e de ensino à distância, essencial no contexto de ampliar a educação ao reduzir custos financeiros de dezenas ou centenas de milhões. Portanto, é inquestionável que um canal de comunicação de educação como a TV Escola esteja dentro do contexto de levar o ensino aos quatro cantos do Brasil”, ressalta, dizendo que a decisão do MEC ainda vai afetar a “TV INES, que tem 100% do conteúdo na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). “Essa TV é referência entre a comunidade surda do Brasil, que vem ganhando destaque com o belo trabalho em defesa da acessibilidade feito pela Primeira-Dama Michelle Bolsonaro”, ressalta.

Procurado, o Ministério da Educação informou apenas que “o contrato de gestão com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), responsável por gerir a TV Escola, encerra no fim deste ano e não será renovado”. O ministério admitiu, por sua vez, que “estuda a possibilidade de as atividades do canal serem exercidas por outra instituição da administração pública”.

 

 

Veja a íntegra da nota da Associação Roquette Pinto:

“RESPOSTA AO MEC – ENCERRAMENTO DE GESTÃO DA TV ESCOLA

O Ministério da Educação (MEC) decidiu não renovar o contrato de gestão da TV Escola com a ACERP (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto), o que repercutiu fortemente na mídia e nas redes sociais, gerando inverdades que precisam ser desmentidas.

A diretoria atual, eleita em fevereiro de 2019, está alinhada com o governo Bolsonaro e defende os valores do povo brasileiro, inclusive ao buscar levar uma nova programação que atenda as expectativas e os sentimentos da nação brasileira.

Apesar do processo de renovação ter aparentemente corrido normalmente, mesmo com silêncio do MEC por alguns meses, houve uma decisão abrupta de não renovação, 18 dias antes do encerramento do contrato. Antes disso, mesmo com o processo em andamento, despejaram a produção da TV que fica no prédio do ministério especialmente para cobrir as atividades do governo.

Certamente o ato de não renovar o contrato pegou os integrantes da ACERP de surpresa, porém a maior preocupação da Associação é a possível interrupção repentina das atividades da TV Escola, plataforma voltada não somente a alunos, mas também a professores e gestores, que passaram a ter acesso a uma nova visão de educação; e da TV INES, dedicada à comunidade surda do Brasil, com conteúdo 100% em LIBRAS.

Lembramos que a ACERP não produz apenas conteúdo educativo, mas também de capacitação de professores e de ensino à distância, essencial no contexto de ampliar a educação ao reduzir custos financeiros de dezenas ou centenas de milhões. Portanto, é inquestionável que um canal de comunicação de educação como a TV Escola esteja dentro do contexto de levar o ensino aos quatro cantos do Brasil.

A marca TV ESCOLA não se confunde com o CANAL televisivo (sinal), de modo que é legalmente absurda a afirmação de que o MEC irá “continuar a TV ESCOLA”. De fato, ocorrerá potencial “repasse de serviços” pelo Ministério, por meio de procedimento administrativo e, tratando-se de entidade pública, tem a necessidade de explicação orçamentária específica para o Tribunal de Contas da União, em tempo recorde (com legalidade discutível) de algumas semanas ou meses.

No tocante ao aspecto financeiro, o MEC misturou números para confundir o povo brasileiro. A proposta de um novo contrato com a ACERP previa um investimento ao redor de R$ 70 milhões por ano na TV Escola, muito próximo do valor previsto para 2019, quantia essa que compromete apenas 0,06% do orçamento do MEC previsto para este ano, segundo o Portal da Transparência. Os conselheiros do Ministério, em uma reunião no mês de novembro, votaram a favor da renovação com esse mesmo valor. Cabe destacar que neste ano de 2019 o MEC cortou quase 50% do repasse previsto para o período.

Quanto ao CONSELHO DA ACERP, o MEC possui influência e votos, entretanto, por omissão injustificada, levou mais de 5 meses para indicar os seus conselheiros, o que atrasou e dificultou seriamente a solução de vários elementos de ordem interna desta entidade. Reitera-se que a maioria dos membros pode ser trocada a qualquer tempo, mesmo com o mandato.

No que tange à qualidade, a TV Escola possui uma série de prêmios, inclusive internacionais; uma audiência maior que as TVs do governo e maior do que a do canal Futura; tudo isso, com custo bem menor. Em momento algum do presente exercício do Contrato de Gestão houve qualquer documento do MEC manifestando a insatisfação com a qualidade dos programas. Pelo contrário, a Comissão de Avaliação (composta por membros das secretarias do MEC) aprovou com uma nota 9,85 (a máxima é 10) os diversos indicadores e parâmetros de qualidade previstos e exigidos no Contrato de Gestão.

Importante destacar que o MEC, com orçamento de R$ 148 bilhões, lança, no início de dezembro, o programa de Literacia Familiar, uma das principais e únicas entregas da equipe ministerial atual. A produção dos vídeos foi feita pela TV ESCOLA, sem custo extra ao ministério, o que é mais uma vantagem do modelo de Organização Social.

Infelizmente, o fim do contrato não atinge apenas a TV Escola. A Cinemateca Brasileira, da Secretaria Especial de Cultura, com o maior acervo de filmes e documentos relacionados da América Latina, também sai da administração da ACERP, que vem desempenhando um ótimo trabalho na restauração e preservação da memória audiovisual nacional. Além disso, a TV INES, com 100% do conteúdo em LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais, será afetada. Essa TV é referência entre a comunidade surda do Brasil, que vem ganhando destaque com o belo trabalho em defesa da acessibilidade feito pela Primeira-Dama Michelle Bolsonaro.

Por fim, a atual equipe da centenária Associação Roquette Pinto reforça publicamente o compromisso com o Presidente Jair Bolsonaro de colocar o “Brasil acima de tudo” e continuar trabalhando permanentemente com o sonho de melhorar a vida das pessoas por meio da aprendizagem.”

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43 respostas para “MEC usou dados falsos para fechar TV Escola, diz direção em nota”

  1. Guilhermyna Lôra disse:

    O aparelhamento descarado da comunicação pública — que já vinha a passos largos c as terceirizações milionárias p/ dar lugarzinho quente aos apadrinhados em detrimento de concursados — é o único modelo que esse governo conhece e todo mundo acha normal… Consegue piorar o q já era ruim.

  2. Luiz Renato N Cobra Vitali disse:

    Esse treco vai ficar anos sem poder sair à rua depois que deixar o governo. Nos dias mais brandos, vai ser só xingado no nível de sua atuação pública!

  3. Reginaldo Lucia disse:

    Pelo que entendi, o Ministro quer trocar essa gestão desse contrato atual pela gestão do próprio MEC. Nada mais natural! O MEC com sua estrutura de funcionários tem que dar conta. Aplausos para o Ministro!

  4. Reginaldo Lucia disse:

    Pelo que entendi o Ministro substituirá a gestão atual da TV Escola pelos servidores do MEC. O que há de errado nisso? Se é para economizar e melhorar a eficácia dos recursos do MEC, só aplausos!

  5. Renatus Lima disse:

    Há muito tempo que a TV ESCOLA não passa de um Dinheiro jogado FORA. Você nunca via uma Escola Aproveitando o Canal e elas (TODAS AS ESCOLAS PÚBLICAS DO BRASIL) Receberam HÁ DÉCADAS Material (PARABÓLICAS e RECEPTORES) para Acompanharem a Programação da TV ESCOLA a fim de servirem de Apoio Pedagógico aos Professores e Alunos. Pois bem, cansado de ver os professores de minha Escola Só Assistindo a GLOBO e a RECORD decidi Ligar para Brasília e Comunicar o Fato à TV ESCOLA. Achei que causaria Espanto ao Denunciar e o Espantado Fui eu ao receber a resposta de que as Escolas Não tinham a Obrigação de Usarem o Material Recebido (COMPRADO COM O DINHEIRO DO POVO) para Auxílio às Aulas, Apoio Pedagógico, enfim, e poderiam, SIM, tranquilamente, utilizarem conforme lhe apraziam. PENSEI: Para que aquele Gasto Absurdo do Dinheiro Público!? O Conteúdo da TV ESCOLA era tão Bom que eu Assitia em Casa! Documentários Fantásticos, mas Infelizmente Tudo jogado pelo Ralo, se considerando a proposta apresentada para o Investimento nela.

    Então, posso afirmar que a TV ESCOLA era Ótima em seu Conteúdo, sua Programação. Mas, Não passava de mais um Meio de Lavar Dinheiro de Corrupção nesse País Imundo. Espero que a Ideia Retorne num Futuro em que Não teremos tanta gente que Só pensa em Roubar Administrando o Projeto. Sou contra algumas coisas no Governo Bolsonaro, mas Reconheço que esse Mal em Torno da TV ESCOLA precisava mesmo ser Extirpado e agora FOI. Parabéns aos Membros do Governo Envolvidos na Decisão.

  6. Frank disse:

    Critérios para ser ministro do Bolsonaro, não entender nada do assunto do ministério, falar bobagens, fazer bobagens, o que fez no passado não interessa mesmo que duvidoso e ser meio abobalhado.

  7. Mito2022 disse:

    ja e o melho Ministro da Educacao da historia em poco tempo acabo com a lacrasao e o aparelhamento dos comuna imundo e dessas minoria mimisenta e fes a educacao melhora muito mas do que na epoca do pt que acabo com o Brasil parabens Ministro o Senhor e orgulho de todos o cidadao de bem e vai continua melhorado ainda mas a educacao quando o Mito ganha denovo no primeiro turno em 2022

  8. Nabih Jorge disse:

    choraaaaaaaaaaaaa mulambentosssssssss , isso mesmo vcs qrem a Dilmanta neh kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk e o resto do povo que se dane se o bolso de vcs estiverem cheios

  9. neli faria disse:

    Entendi bem? Diretoria alinhada com presidente? Bem feito rescindido o
    contrato. Se está recebendo dinheiro público, deveria estar alinhada com
    a Constituição.Presidente passa, a Constituição fica. Eita período
    tenebroso.

  10. Frank disse:

    Esse ministro é uma aberração e lembrar que o Brasil já teve Gilberto Gil como ministro da Cultura.

  11. Keko disse:

    O maluco brigando com os surtados, enquanto os aloprados batem palma! Tenho pena dos historiadores que vão ter que estudar esse período surreal do Brasil.

  12. Alex André disse:

    Parabéns ao Ministro. Está secando a mamadeira de mais uma instituição que está a serviço dos globalistas.
    A TV escola não será fechada, ninguém disse isso. Somente saíra da fundação: o MEC decidiu não renovar o contrato, qual é o problema?
    Se tem choro da esquerda então é bom para o Brasil.

    • Reginaldo Lucia disse:

      É isso mesmo! Já foi comentado a quantidade de gente que tem esse MEC. Nada mais natural que botar essa gente para trabalhar. Será que essa choradeira é porque não tem gente qualificada no MEC para assumir? Então demita.

  13. Fernando Graça disse:

    TV Escola uma porcaria ninguém assitia, a choradeira não para uma mamadeira a menos.

  14. Ernesto Freire Pichler disse:

    A boçalidade desse ministro condiz com a do governo e seu guru maluco da Virginia.

  15. maria disse:

    esse sr. mente descaradamente a respeito de tudo. É péssimo, fraco, desqualificado. O Brasil anda para trás com ele e a turma dos milicianos…quanto não estarão lucrando as universidades que querem implantar esse future-se que não passa de um atraso!

    • Igor Pissolati disse:

      Atraso é seu comentário, só sabe repetir o que os outros falam, tenta estudar e fazer sua própria crítica ao invés de ficar repetindo “facista”, “miliciano”, “golpista”, etc…

  16. Erhard Linde disse:

    Não falei que esse Ministrinho “Weintraub” seria o próximo à trair o Presidente?! Parece que ele mesmo já pediu para sair do ministério no início do ano.

  17. José Roberto Paschoalini disse:

    Aliás, o que é que esse (des)governo fake news usa que não seja falso? Até o nome do “novo” partiod é retrógrado! Pra quem não se lembra, a Direita golpista pós 64 se chamava ARENA = Aliança Renovadora Nacional. Eles usam o slogan do Juscelino às avessas: vamos regredir 50 anos em 4!!!

  18. Fernando disse:

    Deveria acabar com ministérios sa educação, da saúde, do meio ambiente, da cidadania, da justiça, do trabalho, afinal NÃO TEMOS NADA DISSO..PRA QUE MINISTÉRIOS, PRASUSTENTAR SANGUESSUGA COMO ESTE MINISTRO?

  19. Wagner disse:

    Pelo jeito o aparelhamento continua grande na área da educação. Será preciso um bom tempo para efetuar o desmonte.

  20. Silvio Luis Dainez disse:

    Parabéns, Ministro.
    Tudo que puder ser feito dentro da estrutura já existente gerará menor custo.
    Continue na boa guerra. Estamos juntos.

  21. Gabriel Silva disse:

    Uma estatal a menos, que desperdiçava dinheiro público e ninguém assistia. Parabéns Ministro!

    • Rubens gonçalves disse:

      é claro que ninguém assistia . ela foi feita para quem tem cérebro em cima do tronco e não abaixo dele.

    • Victória Ribeiro disse:

      Era utilizada como meio de educar por muitos professores e seus documentários muito instrutivos, mas como tinha só em parabólica ou TV por assinatura na maior parte do país poucos assistiam, mas assistiam, gostavam e se instruíam. Mas quem é contra a educação e não sabe o valor dela não dá valor a esta TV.

      • Igor Pissolati disse:

        Quem quer aprender não fica assistindo TV mas cai de cabeça nos livros, não sei muito sobre essa TV Escola mas sei que nessa época atual ela não faz falta já que YouTube está na casa da maioria das pessoas.

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