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Bolsonaro cumprimenta apoiadores durante ato pelo fechamento do Congresso e do STF, em 15 de março[fotografo]José Cruz/ABr[/fotografo]

Entenda o que é o presidencialismo de contaminação

10.04.2020 13:29 10
Atualizado em 20.05.2020 16:39

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Na edição número 15 do Farol Político, os analistas políticos André Sathler, Ricardo de João Braga e Sylvio Costa sugerem um novo conceito para entender o atual status das relações de poder no Brasil: presidencialismo de contaminação.

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A expressão é uma referência bem humorada ao termo “presidencialismo de coalizão”, aceito pela grande maioria dos cientistas políticos para designar o relacionamento entre governo e Congresso durante as gestões federais do PSDB, do PT e do MDB (de 1988 a 2018).

Coalizão foi, nessas três décadas, a maneira encontrada por sucessivos presidentes para obter maioria parlamentar. Negociando com partidos, eles distribuíam ministérios e posições de destaque na máquina pública, o que se revertia em aprovação das matérias do seu interesse no Legislativo.

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O mensalão e o petrolão foram as formas mais extremas que assumiu o presidencialismo de coalizão, contribuindo para levá-lo ao desgaste e à exaustão.

Jair Bolsonaro, que formou o ministério sem ouvir os partidos e abdicou do papel de articulador de maiorias para aprovar propostas legislativas, escolheu outro caminho. Em vez de se compor com outras forças políticas, as denuncia e as expõe à indignação dos seus seguidores, com os quais mantém relação direta.

Também perdeu, por iniciativa do Congresso, grande parte do controle sobre o orçamento da União. Ele agora tem caráter impositivo, ou seja, tem execução integral obrigatória, retirando do chefe de governo a margem de manobra para a barganha de liberações de recursos destinados aos redutos eleitorais dos políticos.

No presidencialismo de contaminação de agora, a variável sanitária é o novo coronavírus. A variável política é a desinformação. Por isso, apesar de identificado pelo descuido com a quarentena, das suas idas e vindas em relação a atos e declarações e do seu impulso obsessivo à confrontação (contra o Congresso, “os políticos”, a mídia, o STF etc.).

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“Presidencialismo de contaminação” é o conceito-chave para entender o Brasil de hoje

Mesmo investindo “contra a ciência e o conhecimento histórico”, pondera a edição 15 do Farol Político, a sobrevivência política de Bolsonaro é uma possibilidade real. “No jogo e na política, há os que vencem blefando”, completa o texto.

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No último dia 19 de março, o Farol Político surpreendeu o eixo político-empresarial Brasília/São Paulo ao cometer a ousadia, naquele momento, de falar em perda de poder – parcial, com sua manutenção na cadeira, ou mesmo total, com afastamento do cargo – do presidente Jair Bolsonaro. O esvaziamento de suas atribuições está em pleno curso, como mostrou a tentativa frustrada de demitir Mandetta

Dois ingredientes tornam o Farol e outros produtos premium do Congresso em Foco indispensáveis para quem quer ou precisa avaliar o impacto da política em nossas vidas: informações atualizadas, confiáveis e quase sempre exclusivas, produzidas pela equipe jornalística que mais conhece o Congresso e os bastidores de Brasília; e o conhecimento científico de consultores e colaboradores externos, agora ainda mais disponível em razão da “sala de situação” que criamos para monitorar a pandemia e a crise política.

> Bolsonaro: “Médico não abandona paciente, mas paciente pode trocar de médico”

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10 respostas para “Entenda o que é o presidencialismo de contaminação”

  1. CARLOS ALBERTO RANGEL disse:

    Presidencialismo de contaminação acontece quando o povo coloca no poder um ladrão e sua corja, como fizeram em 2002, e este ladrão e sua corja institucionalizam a ladroagem.. assaltando o País aos bilhões como o pute fez.

  2. Carlos Antonio Pontes Junior disse:

    Parece que nem uma virose extremamente letal conseguiu clarear a capacidade das pessoas pararem com esses embates políticos, extremamente egoístas. Cego é aquele que não quer ver e por isso, teremos que contar os milhares de mortos no final dessa pandemia, a continuar com essa desunião.

    • Caninde disse:

      Quem foge de debate político é que é egoista ao extremo.
      É preciso haver constante troca de opiniões entre as pessoas para haver esclarecimento e união da sociedade.

      • Carlos Antonio Pontes Junior disse:

        Esclarecimento e união da sociedade só ocorrem quando a troca de opiniões vêm sem insultos, fanatismos e desinteligência. Querem discutir política, discutam, mas de maneira mais civilizada e inteligente, e num momento mais oportuno. Comecem discutir pelo descaso com a saúde pública que vem se arrastando há décadas e agora estamos pagando um preço muito alto por esses desmandos e falta de responsabilidade política.
        Discutam também, os mais de 30 milhões de brasileiros que sequer existiam para os nossos governantes, também há décadas.

  3. João Thomas-Jta Ardenghi disse:

    Pelo amor de Deus !!! Vamos fazer nossa parte cuidando e se cuidando e assumir nossos ganhos e perdas,politicagem e vírus não combina só multiplicará esta situação. !!! Não existe outro Jeito. (O vírus também é letal para qualquer Partido Politico )

  4. CARLOS ALBERTO RANGEL disse:

    O PRESIDENTE BOLSONARO nos contaminou mesmo. Desde que ele surgiu e VENCEU FÁCIL a eleição de 2018, fomos contaminados por um vírus e o sintoma é claro.. NÃO ACEITAREMOS JAMAIS A VOLTA DA ESQUERDA NOJENTA E LADRA AO PODER.

  5. RômuloJ. Vieira disse:

    Risco calculado,Se O pres. Bolsonaro virar as costas para esse povo, e as redes sociais que o elegeram…Aí que não termina o mandato!!!…Tem urubus Lesa-Patrias por todo lado só na espreita!!

  6. Felix disse:

    Além de ser muito limitado, esse presidente é um enorme egoísta.

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