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Médicos fazem treinamento no hospital de campanha para tratamento de covid-19 no Complexo Esportivo do Ibirapuera [fotografo]Rovena Rosa/Agência Brasil[/fotografo]

Médicos dizem que CFM pressiona Conselhos por posição contrária ao lockdown

02.03.2021 10:27 1

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Um grupo de mais de 300 médicos do Distrito Federal (DF) divulgou um manifesto afirmando que a direção central do Conselho Federal de Medicina tem pressionado conselhos regionais de diferentes estados a “propagandear contra o fechamento das atividades que visa a defender a vida das pessoas contra a morte pela covid-19”.

Nesta segunda-feira (1º) mesmo diante do aumento de casos, o Conselho Regional do DF publicou uma carta aberta em seu site contrário às medidas de lockdown determinadas pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).

No fim de semana, horas após o início do lockdown, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro ocuparam a frente da casa do governador para se posicionar contra as medidas. Entre os manifestantes estava a deputada Bia Kicis (PSL-DF), postulante ao cargo de presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ).

“Manifestamos nossa indignação e repugnância ao testemunhar que representantes de Conselhos médicos agem em favor da morte. Nós MÉDICOS abaixo assinados não podemos assistir omissos manifestações dessa ordem e afirmamos que não reconhecemos no CRMDF autoridade científica, política ou jurídica para representar a medicina do DF. Não nos aliamos àqueles que escolheram ser a vergonha no planeta inteiro diante de seus pares em outros países onde os médicos jamais cometeriam essa defesa da morte com danos irreparáveis à economia”, diz o manifesto.

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O Congresso em Foco entrou em contato com o Conselho Federal de Medicina para saber sua posição sobre o caso, mas ainda não teve retorno.

Manifesto Contra a Propaganda Anticientífica do CRMDF: Pela Ciência, Pela Vida

Nesse momento de extrema gravidade da pandemia pelo Novo Coronavirus no pais, os Conselhos Regionais de Medicina de vários estados estão sendo instados pela direção central do Conselho Federal de Medicina a propagandear contra o fechamento das atividades que visa a defender a vida das pessoas contra a morte pela COVID-19.

O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal saiu na lista dos negacionistas contra a vida no dia primeiro de março de 2021. Lançou nota contra o fechamento seletivo ou total de atividades não essenciais, conhecido pela palavra inglesa “lockdown”.

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Enquanto as evidências científicas, instituições e autoridades sanitárias falam em favor do distanciamento social e do ‘lockdown’ em picos epidêmicos transmissíveis de pessoa a pessoa, os representantes estatais dos conselhos médicos lutam contra a epidemiologia, contra a ciência, contra a ética médica e contra a vida. Desviando de suas funções e papel, propagandeiam politicamente a mentira da ineficácia do lockdown e de que a economia fica abalada com o fechamento e orientam que as pessoas não cumpram a medida governamental. Que saiam de casa para trabalhar, contagiar e morrer. Negam o benefício do lockdown que ocorreu em países que resgataram e preservaram suas economias populares e que saíram da crise da Pandemia da COVID-19 mais fortes e mais preparados para se recuperarem em prazo mais curto sem tantas mortes.

Essa iniciativa do CRMDF estimulando a livre circulação do vírus está na contramão do que pensam e fazem os médicos brasileiros que não estão contra a vida. Os brasileiros lutam para sobreviver e viver em meio à maior Pandemia do século e os Conselhos Médicos, que são autarquias do estado criadas para assegurar as boas práticas da medicina, lutam contra a ciência para fazer valer sua adesão ao comportamento político negacionista do governo que ocupa o Poder Executivo do país. De forma inadmissível, mudam sua missão em defesa da ética e da boa medicina para fazer política contra a vida.

Médicos deveriam servir para aliviar a dor e prolongar a vida. As manifestações dos diretores dos conselhos médicos estão servindo à morte e aumentando a duração e intensidade da dor que os brasileiros enfrentam. Privilegiam o equivocado conceito monetarista de que o governo corta despesas e não emite dinheiro para financiar o auxílio emergencial individual e o suporte às micro e pequenas empresas para não falir durante a epidemia. Apoiam que o governo brasileiro continue sua política perversa de pagar juros da dívida pública aos rentistas banqueiros e que não emita financiamento público para defesa da vida e da economia popular. Apoiam tratamentos falsos e ineficazes contra doença que mata e atuam contra a prevenção do contágio.

Hoje todas as evidencias confirmam que a economia somente tem chances se a pandemia for controlada. A pressa pela abertura de setores da economia não contribui com o controle da doença. Retarda. Favorece novas mutações e aumenta as mortes. O racional e cientificamente indicado é interromper a transmissão pra depois voltar com segurança.

A situação epidemiológica é gravíssima e tende a piorar caso não sejam adotadas medidas urgentes para diminuição da transmissão do vírus. Deixar o vírus circular favorece tanto a expansão como também a mutação do vírus. Essa variante disseminada no território nacional mostra que as manifestações clínicas da doença estão mais complexas, além de mais rápida evolução também são mais graves com transmissão mais alta, internações longas e letalidade maior. Há relação clara entre a letalidade e qualidade de assistência médico hospitalar e por isso garantir acesso a leitos assume grande importância. Por tudo isso, a Saúde Pública recomenda a alternativa o lockdown.

Manifestamos nossa indignação e repugnância ao testemunhar que representantes de Conselhos médicos agem em favor da morte. Nós MÉDICOS abaixo assinados não podemos assistir omissos manifestações dessa ordem e afirmamos que não reconhecemos no CRMDF autoridade científica, política ou jurídica para representar a medicina do DF. Não nos aliamos àqueles que escolheram ser a vergonha no planeta inteiro diante de seus pares em outros países onde os médicos jamais cometeriam essa defesa da morte com danos irreparáveis à economia.

Assinamos Inicialmente com nome e CRM esperando mais assinaturas pela Internet:

Ana Maria Costa CRMDF 4470
Ana Maria Segall Corrêa CRMDF 1913
Antonio Luiz Ramalho Campos CRMDF 1631
Beatriz Mac Dowel Soares CRMDF 3993
Danilo Aquino Amorim CRMDF 24554
Heleno Rodrigues Corrêa Filho CRMDF 1979
Ivonette Santiago de Almeida CRMDF 2018
João Bosco Soares Junior CRMDF 11542
Maria José Maninha CRM DF 2015
Patrícia dos Santos Massanaro CRMDF 24466
Rosali Rulli Costa CRMDF 2588
E mais 300 médicos.

> Negacionista, Conselho Regional de Medicina do DF é contra lockdown

Uma resposta para “Médicos dizem que CFM pressiona Conselhos por posição contrária ao lockdown”

  1. Edison Sampaio disse:

    Faz pouco tempo li notícia de q uma autoridade ligada à saúde profetizou q morreriam de COVID cerca de 500.000 Brasileiros. Achei um exagero, mas já morreram mais da metade disso e a coisa piora. A solução q não vem é a vacina. Dinheiro há, mas o governo o segura, em vez de comprar logo o q der e implementar programa sério de ajuda a quem precisa. Do contrário, como pode fechar-se em casa, cortando o fluxo do Corona, quem precisa trabalhar para comer? É claro q é melhor morrer matado pelo Corona do q de fome. Se o Presidente fosse um Estadista, cuidaria do povo pobre, oferecendo uma bolsa de R$1.000,00 para mantê-lo em casa. Como conseguir dinheiro para isso? Fácil. Basta configurar o sistema de pagamento do funcionalismo para cortar (extornar) automaticamente todo vencimento q ultrapasse o teto. Melhor ainda: em face da pandemia, limitaria os vencimentos do funcionalismo a um máximo de R$25 mil, cortando o q ultrapassasse automaticamente. Essa medida duraria o tempo da pandemia. Impossível? Ora, impossível é querer exigir q fique em casa um pai de família q tem q trabalhar prá comer mesmo sabendo q corre risco de morte.

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