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Aliados de Jair Bolsonaro extinguiram colegiado do Ministério dos Direitos Humanos que busca vítimas do governo durante regime militar. Foto: Arquivo Nacional

2019 foi ano de saudosismo de tempos ditatoriais e ataques à democracia

01.01.2020 09:34 13

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O primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro seguiu no mesmo clima de polarização que se iniciou com a corrida eleitoral do ano passado. Ano marcado por declarações polêmicas, ataques a imprensa e a instituições democráticas. Segundo a pesquisa Datafolha divulgada hoje (01), o apoio à ditadura aumentou no país.

>Por um 2020 sem apologia a ditadores

Apesar disso, a sociedade se organizou em diversos momentos para defender os valores democráticos. Para Ricardo Borges Martins, coordenador executivo do Pacto Pela Democracia, 2019 foi um ano de “testar as águas”.

O Congresso em Foco conversou com o especialista no período em que o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, defendeu a criação de um novo Ato Institucional número 5, naquele mesmo período começou a surgir dentro da Câmara burburinhos em defesa de uma nova constituinte, com parlamentares que teceram fortes críticas a Constituição de 1988.

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Para Martins, o principal risco é de corrosão  do estado democrático de direito. “O principal risco que a gente tem é de uma corrosão aos poucos de fundamentos da democracia, do estado de direito, dos valores dos quais dependem a democracia, como a tolerância, a aceitação da divergência, perseguição constante ao oponente, a intimidação da imprensa, esses elementos que eu trago aqui, me parecem ameaças muito mais concretas”, afirmou.

No momento em que estouraram as manifestações no Chile, o deputado Eduardo Bolsonaro foi a Plenário com um discurso bastante incisivo. “Não vamos deixar isso vir pra cá. Se vier pra cá vai ter que se ver com a polícia e se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir, e aí é que eu quero ver como é que a banda vai tocar”, disse o filho do presidente.

Na mesma semana, em entrevista a jornalista Leda Nagle, o filho do presidente voltou a fazer declarações acenando para os tempos ditatoriais. “Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual à do final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam-se e sequestravam-se grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, defendeu.

Semanas antes, destas declarações o presidente Jair Bolsonaro havia postado no seu Twitter um vídeo em que sugeria ser um leão atacado por hienas, ali as hienas representavam instituições como a imprensa, o Supremo Tribunal Federal (STF), a OAB, a ONU entre outras.

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Para Ricardo Borges, “vai ficando muito claro que o desejo dessas lideranças do governo é de um projeto muito personalista, portanto, muito pouco democrático. Que é muito bem representado pelo vídeo que Bolsonaro postou do leão, rei da selva, acuado pelas hienas, o rei leão que é que vítima de todas as instituições democráticas da imprensa, dos partidos, do STF, da OAB. É essa visão de país, de governo que essas lideranças têm”.

A sociedade civil tem se manifestado e se organizado, Martins analisa que a democracia já é um valor enraizado na sociedade brasileira “será defendida sempre que atacada”. “O Brasil vive este movimento de coalizões e frentes se formando, e coalizões plurais como precisa ser em defesa da democracia”, afirma.

Ele complementa dizendo se sentir surpreso com o silêncio de figuras de dentro do governo, em especial, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o Procurador Geral da República, Augusto Aras, que não se posicionarem diante, das declarações feitas por Eduardo Bolsonaro. “São duas figuras políticas que têm por dever zelar pela constituição e pelo estado de direito”, afirma.

>Os 60 principais ataques ao estado de direito em 2019, segundo o Pacto pela Democracia

13 respostas para “2019 foi ano de saudosismo de tempos ditatoriais e ataques à democracia”

  1. RAFAEL disse:

    NUNCA houve Ditadura no Brasil, apenas Regime Militar = Anos Dourados.. onde o povo ordeiro e trabalhador era feliz… e a vagabundagem gritava “é górpi” igual aos vagabundous atuais. E PODEM CHORAR hahahahah

  2. CARLOS ALBERTO RANGEL disse:

    Como não ser saudosista dos EXCELENTES tempos do PERÍODO MILITAR?

    Crescimento médio do PIB de 10% ao ano
    Taxa de invesvimento médio no período acima de 20%
    Renda per capita MAIS QUE DOBROU no período
    Taxa de mortalidade infantil caiu pela METADE no período
    Expectativa de vida subiu 30% no período
    Taxa de analfabetismo caiu pela metade no período

    Some-se a isso o FATO de que o povo tinha ÉTICA (e hoje só baderna incentivada pela esquerda) e o ensino público era EXCELENTE (e hoje é terrível vindo da “pátria educadora” do PT)

  3. CARLOS ALBERTO RANGEL disse:

    Como não ser saudosista dos EXCELENTES tempos do PERÍODO MILITAR?

    PIB médio de 10% ao ano
    Taxa de invesvimento médio no período acima de 20%
    Renda per capita MAIS QUE DOBROU no período
    Taxa de mortalidade infantil caiu pela METADE no período
    Expectativa de vida subiu 30% no período
    Taxa de analfabetismo caiu pela metade no período

    Some-se a isso o FATO de que o povo tinha ÉTICA (e hoje só baderna incentivada pela esquerda) e o ensino público era EXCELENTE (e hoje é terrível vindo da “pátria educadora” do PT)

  4. CARLOS ALBERTO RANGEL disse:

    A foice de sp e seus puxadinhos esquerdistas vão passar todos os OITO ANOS de mandato do PRESIDENTE BOLSONARO e os OITO ANOS de mandato do PRESIDENTE DOUTOR SERGIO MORO.. chorando e enchendo o saco falando de “ataques à democracia”. Mas em vão. ACABOU a era esquerdista hipócrita e criminosa. ACABOU PRA SEMPRE!

  5. CARLOS ALBERTO RANGEL disse:

    2019 foi ano de DEMOCRACIA.. foi ano de PRESIDENTE BOLSONARO.. foi ano de começar a CONSERTAR O BRASIL… foi ano de deixar claro que CHUTAMOS O pute pra SEMPRE do PODER. E SEMPRE que o povo que TRABALHA tiver de escolher entre a vagabundagem da esquerda, do pute ou ficar com os militares.. VAMOS ESCOLHER OS MILITARES!!!

  6. wzfr disse:

    QUEM VIVEU NO GOVERNO MILITAR, COMO EU, PODE AFIRMAR QUE FOI O MELHOR GOVERNO QUE O BRASIL JÁ TEVE, EDUCAÇÃO PÚBLICA DE QUALIDADE, DA QUAL DESFRUTEI, E SEGURANÇA PÚBLICA ONDE A BANDIDAGEM E OS FORA DA LEI NAO OUSAVAM AGIR POIS ERAM COIBIDOS E NAO TINHAM A DEFESA E LENIENCIA BANDIDA DOS COMUNISTAS E ESQUERDOPATAS. TEMPOS DE ORDEM E PROGRESSO…….

  7. Edivagna Ouvernei Pacheco disse:

    Estagiária começou mal hein. Acho que as instituições citadas estão mais para ditatoriais do que as bobagens que o Presidente e seus filhos soltam uma hora ou outra. Deveria falar sobre o quanto o STF vem prejudicando o Brasil ,esse sim foi ” ditador” esse ano.

  8. Ademir Freire disse:

    Eles querem a bagunça e querem impunidade. AI-5 para os corruptos e ladrões
    da pátria.

  9. ezequiel-sp disse:

    Lei de ação e reação. Não é que asa pessoas estão querendo ditadura. Elas querem repreensão ante a balbúrdia esquerdista que se estabeleceu no país corrompendo até a mãe…

  10. Jose Dias disse:

    E que saudades…. Tempos bons a gente nunca esquece. Estou ansioso para vê-lo de volta. A vagabundagem tomou conta do país.

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