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Política, Brasília e os bastidores do poder como você nunca viu Contribua
Política, Brasília e os bastidores do poder como você nunca viu

Assim como o Serpro, o Dataprev está entre as 17 empresas estatais que deveriam ser privatizadas durante o primeiro mandato do presidente Jair Bolsonaro de acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Divulgação

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Você venderia uma empresa que dá lucro?

03.02.2022 16:23 0

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Renata Vilela*

Vez ou outra lemos uma notícia de que alguém vendeu a sua empresa de sucesso por uma oferta bilionária. Certamente, o proprietário encarou como uma oportunidade rápida de receber logo todos os lucros que a empresa poderia dar no futuro. Mas será que isso também se aplica a empresas do Estado?

Privatizar empresas que dão lucro e atendem plenamente ao Estado brasileiro parece um contrasenso. E é. Atualmente, Dataprev e Serpro rendem milhões aos cofres públicos, além de apresentar soluções tecnológicas inovadoras que atendem ao País e aos cidadãos. 

Somente em 2020 – ano em que a Dataprev desenvolveu o aplicativo que possibilitou o pagamento do auxílio emergencial, do Benefício Emergencial (BEm) e do auxílio concedido a artistas por meio da Lei Aldir Blanc a milhões de brasileiros – a empresa teve um lucro recorde de R$ 265,1 milhões. Foi um aumento de R$ 147,7 milhões em relação ao ano de 2019. 

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Além do lucro próprio, a Dataprev enviou R$ 122,9 milhões de dividendos adicionais que foram distribuídos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e à União, beneficiando as contas públicas.

Em 2020, a situação do Serpro foi diferente. Mas, ainda assim, beneficiou o País e os cidadãos. O Serpro encerrou o ano passado com um lucro de R$ 462,1 milhões, mas poderia ter lucrado ainda mais. O que houve? A empresa pública não parou de prestar serviços aos seus clientes do governo mesmo quando estes perderam a capacidade de pagar por eles, por causa da queda de arrecadação. 

Contudo, para que a empresa mantivesse a sua saúde financeira, e pudesse seguir atendendo ao Brasil e aos brasileiros mesmo operando sem os pagamentos do governo, o Serpro conseguiu novos clientes privados. Assim, amortizou o prejuízo causado pela crise e ainda assim gerou lucros para o Estado. 

Isso mostra o quanto as duas maiores empresas públicas de tecnologia da informação foram fundamentais para o País em 2020. Além da capacidade de desenvolvimento, posta à prova durante um período de calamidade pública, elas conseguiram se manter não só sem dar prejuízo ao Estado, mas ao contrário, foram excepcionalmente lucrativas.

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Mesmo tendo muitos clientes do próprio governo, Dataprev e Serpro também têm clientes no mercado privado e devolvem boa parte dos seus lucros auferidos ao Estado. A tentativa de privatização das empresas tem se mostrado não só desvantajosa para o Brasil, mas também perigosa e muito prejudicial ao futuro.

*Renata Vilela, especial para a campanha Salve Seus Dados

O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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